Respira, rapariga.

O dia de hoje está prestes a terminar. Ainda bem. Há dias assim. Dias que se querem eliminados do calendário. Parece que o mundo inteiro se uniu para me tramar. Já não sou adolescente, mas hoje sinto-me como uma. O drama, o horror. O melodrama ridículo. Eu, eu, eu, tudo eu. Tudo o que tenho cá dentro foi aspirado. Inadaptada. Oca. Estranha em mim. Hoje, nada do que fiz ou disse teve sentido. Tiraram-me o tapete debaixo dos pés e não consegui reagir. Fuck it. Está quase a passar. Amanhã será um dia melhor. Vou ser adulta e acreditar que os meus problemas são tudo menos problemas. Há ali uma resma de papelada à minha espera, mas só pego nela depois da meia-noite. Awesome.